Olá, Caríssimos! No post de hoje iremos tratar um pouco sobre como começar a atuar na advocacia extrajudicial.
Mais precisamente, falaremos sobre como começar, quais serviços prestar e por fim, como vender várias vezes para o mesmo cliente trabalhando em cartório!
Vamos juntos entender porque hoje a área extrajudicial tem se tornado “A menina dos olhos” dos advogados mais bem sucedidos.
Como começar a atuar na advocacia extrajudicial?
Para começar a atuar na advocacia extrajudicial você deverá escolher um caminho, isto é, uma área para seguir, seja ela família, imobiliário, empresarial, tributário, etc…
A mas quer dizer que com isso não poderei atuar em outra área? A resposta é CALMA! É claro que você poderá atuar em outras áreas sem ser aquela que você passará a se dedicar, porém, é necessário escolher um caminho principal para se tornar referência neste.
Para entender a lógica disso, pense comigo: Se você sofrer com uma dor no joelho, você irá preferir ser atendido por um clínico geral, por mais querido, simpático e competente que ele seja, ou preferirá ser atendido por um ortopedista, especialista em joelho?
E como fazer para escolher essa área?
- Comece analisando em qual das áreas você teria facilidade e até mesmo prazer em passar horas estudando?
- Depois disso, pense se nesta área existe uma procura real de clientes pelo seu serviço? Por exemplo: Na área de família, certamente é grane a demanda de inventários num país em que são registrados cerca de 1.350.000 óbitos por ano, o que dá uma média de 112.500 óbitos por mês, segundo dados de fontes oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
- Por fim, após escolher algo que você goste e que possui demanda, pense: Nessa área você poderia atender pessoas do seu ciclo social? Por exemplo, meu marido é construtor, então posso buscar prestar assessoria jurídica na elaboração de contratos de prestação de serviços, compra e venda de imóveis, tanto para ele quanto para parceiros de negócios, como imobiliárias e prestadores de serviço de elétrica, pintura, etc, assim como para outros contrutores.
O próximo passo é verificar: Como posso vender mais de um serviço para o mesmo cliente?
Nesse ponto entra o que eu chamo de ter um arsenal de serviços jurídicos, que é algo que faz total sentido, senão vejamos:
Considere que você possui uma cliente chamada Cátia, para quem prestou assessoria jurídica na análise e elaboração um contrato de locação comercial.
Hoje, você fica sabendo que Cátia irá se casar com Danilo, tendo em vista que ele a pediu em casamento durante um maravilhoso cruzeiro que fizeram pela costa na América do Sul.
O que você faria ao se deparar com a foto da aliança passando na tela do seu instagram:
- Curte a foto e comenta desejando toda a felicidade ao lindo casal; ou
- Já manda uma mensagem diretamente no Whatsapp dela, com um incrível áudio informando sobre: A importância da escolha de um regime de bens; de um planejamento que assegure que as relações patrimoniais daquele casal sejam resguardadas da melhor forma possível, etc…
Obviamente se puder praticar as duas alternativas, será ainda melhor, afinal a venda dos seus serviços também depende de um relacionamento.
Mas isso é papo para um próximo post!
Assim, você pode perceber que, para a mesma pessoa você, sendo um advogado imobiliarista:
- Além de auxiliá-la na locação do imóvel onde o comércio dela foi estabelecido;
- Você também participou da escolha do regime de bens do casamento dela;
- Depois ainda pode assessorá-la na escolha do imóvel onde irá morar com o marido Danilo, realizando a due diligence documental;
- Posteriormente, assessorar numa alteração contratual para integralização de capital na empresa da Cátia;
- Doação de bens imóveis para os filhos do casal;
- Inventário de bens de algum familiar de Cátia ou de Danilo;
Enfim, uma infinidade de serviços, sem contar que a cada um desses serviços, outros podem ser agregados, a fim de agregar também preço e valor aos seu honorários.
O terceiro passo seria, buscar auxiliar seu cliente também em eventuais demandas judiciais
Calma, eu entendo que você possa ter chegado até aqui especialmente porque já decidiu que não deseja atuar no judicial.
Mas quero aqui propor apenas uma sugestão, que te abrirá ainda mais oportunidades na advocacia extrajudicial para você.
Esse caminho é o de averiguar se seu cliente já possui algum processo judicial em andamento e buscar gerar algum elemento probatório na via extrajudicial, pense comigo:
Considere que seu cliente Antônio possui uma ação em que é requerido em um processo trabalhista, em que Karen pleiteia o reconhecimento do vínculo trabalhista sem ter trabalhado formalmente por mais de 3 dias se quer na empresa de Antônio.
Para tanto, Antônio possui diversas conversas no WhatsApp em que Karen, desde o segundo dia de trabalho alega não poder ir trabalhar:
- Por estar doente num dia;
- Por ter tido que viajar para ver a mãe que se acidentou;
- Ou por não ter o dinheiro da passagem para voltar para casa, etc..
Cada dia uma desculpa, sendo que todas elas registradas no celular de Antônio.
Neste caso, você poderia sugerir que ele fosse até um Tabelionato de Notas e solicitasse a lavratura de uma Ata Notarial, para registrar e dar fé pública para todas aquelas conversas, a fim de juntá-las no processo como um incrível meio de prova.
Além disso, poderia também sugerir a lavratura de escrituras declaratórias de testemunhas, que conhecem Antônio e Karen e que podem afirmar que esta nunca prestou serviços na empresa de Antônio, de forma não eventual e com subordinação, por determinado período de tempo.
Ambas as provas seriam feitas no meio extrajudicial, com sua assistência jurídica e seria de grande valia para a defesa de seu cliente.
Sem que para isso, você precisasse, necessariamente, se envolver no processo judicial que já está em trâmite.
Conclusão
Com isso, meus caríssimos, podemos verificar que ao iniciar a carreira na advocacia extrajudicial, é essencial escolher uma área de especialização.
Pois essa escolha não apenas define o foco do seu trabalho, mas também permite o desenvolvimento de expertise e a construção de uma reputação sólida em um campo específico.
Além disso, é estratégico oferecer múltiplos serviços para o mesmo cliente. Isso aumenta a fidelização e a satisfação, já que o cliente pode resolver diversas questões legais com um único profissional de confiança.
Por fim, é importante estar preparado para auxiliar o cliente em demandas judiciais que possam surgir.
Mesmo que seu foco principal seja o trabalho extrajudicial, oferecer suporte em casos litigiosos reforça a confiança do cliente e amplia o escopo dos serviços oferecidos, consolidando uma relação de longo prazo.
E se mesmo assim, bater aquele frio na barriga, aproveite para ler o nosso post sobre: “Como ter coragem para vencer a falta de experiência”
Nos vemos no próximo post!
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